Dias atuais…

 Faço deste meu último post antes do fim do quadrimestre, mas creio que essa reflexão e revisão interior para me conhecer melhor durará até o último dia de vida e, portanto, o blog certamente ganhará asas e seguirá.

 Como foi dito num outro post na página de bastidores chegar ao ensino superior tendo passado toda vida em escolas públicas de qualidade bastante duvidosas(exceto a alguns professores fantásticos que se desdobram para formarem cidadãos conscientes e preparados) é um choque, ainda mais sendo esse curso na interdisciplinar e inovadora UFABC com seus quadrimestres que voam como a velocidade da luz, demorei pelo menos um mês e meio para me adaptar ao ritmo de cargas de leitura, trabalhos em grupo, provas.

 Mas enfim chegando aos últimos instantes do primeiro quad posso me dizer feliz e adaptado, já até bate uma saudadezinha, principalmente das aulas de TPF com um certo professor (brincadeira), falando sério gostei bastante da estrutura da UF e principalmente das pessoas que encontrei na turma, todo mundo é bem de boa e se ajuda a qualquer momento do dia, já imagino a triste hora quando essa turma B começar a se dispersar por cursos, disciplinas e horários diferentes, porém o que vale é o agora…

 Na família vai tudo bem, obrigado. Ou melhor quase tudo bem, pensei sinceramente em não contar esse fato pra não terminar de maneira triste, mas a verdade é que achei válido por ter falado bastante dele durante esse tempo de construção da página, meu pai José infelizmente hoje sofre com o mal de Alzheimer, doença incurável degenerativa no cérebro que vai aos poucos apagando todas as memórias e tudo o que a pessoa era, doença esta que tem atingido lamentavelmente boa parte dos meus antepassados por parte de pai, haja vista, ser em muitos casos hereditária, até por isso quis comentar este assunto, porque nas nossas histórias familiares do ontem e do hoje nem tudo são flores, também por esse motivo só pude entrevistar a minha mãe, porque ele já não consegue formular bem as ideias, confundindo muito as coisas.

 Contudo o mais importante e que com ajuda dos remédios ao menos a doença está levemente controlada e ele tem uma vida em casa quase normal, tirando os dias em que está bem agitado, e mais importante ainda, e esse blog me ajudou a compreender isso, é não deixar a memória dele morrer em mim, guardando sempre as histórias, ensinamentos e valores que um dia me passou…

 Agora estamos na expectativa para as últimas notas, conceitos e para o que será do segundo quadrimestre a partir de setembro, na minha visão será um período onde estaremos bem mais atentos aos prazos e ciladas que o curso pode oferecer, a partir do aprendizado com as falhas deste tempo inicial.

 Valeu a pena!

Abaixo algumas fotos da minha família:

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Com minha avó Maria

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Eu com meu pai, minha mãe, minhas irmãs Patricia e Priscila. minhas sobrinhas Beatriz e Isabela e minha cachorrinha Nina olhando pra comida kk.

Um pouco mais de mim

 Revendo a história dos meus familiares e reparando em minhas preferências e atitudes, percebo que de fato somos frutos dessas constantes transmissões de valores e modos de encarar a vida, por mais que representemos papéis sociais diferentes dependendo do ambiente em que estamos, como certo dia comentou a Professora Andréa, acabamos por voltar as nossas origens e repetir os mesmos processos daqueles que nos são mais próximos, seja no jeito de falar, nos gostos, nos defeitos; Pois não podemos esquecer  que os nossos pais também estão aprendendo a serem pais todos os dias e provavelmente quando talvez um dia formos pais também não saberemos bem como agir em algumas ocasiões.

 Isso me faz lembrar um trecho de uma música que gosto muito, escrita por Belchior e interpretada por Elis Regina:

“Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais…”

 Dito isso, já faço uma primeira conexão com o que dizia acima sobre as influências que acabam por ajudar nas misturas que formam a personalidade, pois, se hoje sou fã de MPB e de grandes cantores da música brasileira, tem a ver com ouvir desde muito pequeno as rádios que tocavam essa temática no carro do meu pai, enquanto me levava pra escola, pro médico ou pra qualquer lugar que fosse era sempre escutando MPB rs.

 Outra forte influência que hoje me compõe, essa por parte da minha mãe, é a religiosidade, desde criança participava de cultos na Igreja Católica, grupos de oração, todo Natal tínhamos a reza do terço na casa da minha avó com participação de toda a família, tios, tias, primos, agregados, via diversas vezes parentes de joelhos a clamar por uma graça. Esses “rituais” naquela época não faziam muito sentido pra mim, afinal era só uma criança querendo brincar, se divertir, acordar cedo aos sábados para ir á catequese era um saco. Porém como tudo na vida da voltas, me apeguei a fé em momentos conturbados na adolescência, experimentei a presença de Deus e comecei a refletir o quanto aquelas cenas, aqueles valores cristãos que me foram transmitidos de alguma maneira na infância se tornaram importantes pra mim e moldaram o grande amor e respeito que hoje tenho a Igreja,à ponto de passar a ser eu o responsável de puxar minha mãe para missa. Inclusive me ensinaram a respeitar aqueles que não creem ou os que creem diferente, entendendo que a vida é feita de fases e nem sempre estaremos aptos a viver tais experiências. Um dos pontos mais emocionante na caminhada de fé foi ter participado da Jornada Mundial da Juventude com o Papa Francisco em 2013 no Rio de Janeiro, encontro que reúne milhares de jovens cristãos de todo o mundo.

 Abaixo algumas fotos da JMJ, conhecer pessoas de diferentes partes do mundo foi uma experiência realmente inesquecível:

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Outra grande paixão, hobbie, é a leitura ( talvez por isso tenha escolhido o bch kkk), principalmente os livros de mistério/suspense policial, sou fã da escritora Agatha Christie, e isso sem dúvida vem do incentivo e amor dos meus pais e irmãs a leitura, frequentando desde novo bienais, bibliotecas e lendo quadrinhos e jornais.

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 Para encerrar esse pequeno relato sobre um pouquinho do meu mundo, falo sobre uma terceira paixão, o esporte, especialmente o São Paulo Futebol Clube. Como meu pai sempre foi um pouco mais rígido no tratar com os filhos  e um pouco mais fechado a conversas, era debatendo o futebol que a gente melhor se encontrava e a conversa fluía, frequentando estádios, assistindo programas esportivos, vivíamos o nosso momento particular entre pai e filho. Ademais nem tudo é perfeito e aqui vai uma bomba, meu pai não é são-paulino e sim santista, e era na rivalidade entre os times que nossa amizade crescia, me tornei são-paulino por influência de meu tio e padrinho de batismo Ivo, outro grande amigo e referência de homem.

torcida tricolor

Espero que tenham gostado de conhecer uma pequena parcela da minha identidade e cultura! Vamos juntos!

Vida em São Bernardo

Meus pais se conheceram na cidade de Santo André, os dois coincidentemente moravam na mesma rua e assim iniciaram um relacionamento, se casaram e vieram morar em São Bernardo do Campo.

Meu pai trabalhou muitos anos fora de casa, enquanto minha mãe trabalhava em casa cuidando dos filhos e da casa. Ao assistir a aula onde foi exibido um pequeno trecho do documentário Peões de Eduardo Coutinho, recordei-me dos anos de labuta do meu pai, saindo bem cedo de casa e chegando tarde, e , curiosamente nesse trecho o entrevistado era um peão que tinha sido soldador durante muito tempo, justamente a profissão do meu pai.Para minha surpresa a Professora Andréa também se emocionou ao relatar a sua lembrança de infância vendo o pai chegar em casa sujo de tanto trabalhar na fábrica, isso me fez depois de tantos anos dar ainda mais valor ao emprego do meu pai e relembrar com carinho aqueles dias, porque essa era exatamente a cena que eu também via todas as noites.

Uma das melhores empresas que meu pai trabalhou e que obviamente mais gostou foi a Termomecanica, empresa que é líder no setor de transformação de metais não ferrosos (cobre e suas ligas) em produtos semielaborados e produtos acabados; Hoje é uma das maiores empresas privadas do país e ainda conta um instituto escolar e faculdade.

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TermoMecanica no ABC

De lá ele nos contava muitas histórias, principalmente de como era querido e respeitado pelo Engenheiro e dono da empresa, o líbio Salvador Arena, hoje reconhecido por seus gestos de caridade e apoio ao desenvolvimento em todas as partes da cidade, inclusive homenageado com nome de parque e casas de repouso para idosos que ele colaborava.

https://www.termomecanica.com.br

Dentre tantos casos, alguns cômicos e famosos por todos que lá trabalharam, como o procedimento comum dos colegas de trabalho do meu pai que fugiam ao ver o Arena se aproximando, se escondiam no banheiro ou até tinham crises intestinais, meu pai dizia com orgulho que ele não recorria a esses métodos e encarava o chefe de frente e cabeça erguida, algumas vezes até trocaram idéias sobre projetos e cálculos de engenharia da firma, sendo talvez por isso sempre chamado quando tinham um serviço mais delicado a fazer e até convidado certa vez a ir na casa de praia do Salvador para instalar um equipamento.

Essa notícia resume bem as palavras do meu pai sobre o sentimento do que era trabalhar lá e com o Salvador Arena:

https://saobernardodocampo.info/1769/salvador-arena-foi-o-cara/

Era uma alegria ser criança e ver o pai chegar em casa com presentes e cestas no fim do ano!

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Família

 Bom para começar é preciso dizer que entendo família como a base de tudo, é lá que estão os verdadeiros e eternos amigos, professores e anjos da vida, mesmo com imperfeições e loucuras, é lá que reside o meu porto seguro. Dito isso que parece chavão, mas é mais pura verdade vamos lá!

 Sou o filho caçula do casal José Maria Rodrigues Garcia e Benedita Aparecida Lopes Garcia, tenho duas irmãs Priscila e Patricia, duas princesas afilhadas Beatriz e Manuella e uma sobrinha Isabela, sem contar minha cachorrinha salsicha Nina que com certeza faz parte da família!

Meus bisavôs paternos eram espanhóis, vieram para o Brasil mais precisamente para o estado de Minas Gerais como muitas famílias fugindo de uma Europa em crise e em busca de uma vida melhor. Minha avó Sebastiana teve oito filhos, dentre eles o meu pai, o segundo mais velho entre os irmãos, todos cresceram na cidade de Além Paraíba (MG) na divisa com o Rio de Janeiro. Desde jovem por ser um pouco  mais velho meu pai tomou a frente em muitas coisas na casa deles, foi pioneiro em questões de trabalho, cursos profissionalizantes no senai e ajuda financeira em casa, fato que descobri ser muito reconhecido pelos meus tios e tias ainda hoje ao conversar com eles sobre suas respectivas histórias, por ele ter sido aquele que abriu caminhos e portas que os outros à sua maneira também percorreriam.

Além paraíba
Além Paraíba(MG), lugar margeado pelo famoso rio Paraíba onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora Aparecida e onde segundo meu pai ele nadou muito e correu diversos riscos de vida.

Meu pai José fez realmente muitas coisas na sua vida, ainda jovem foi para o Rio de Janeiro ajudar na loja de um tio, ficando por lá foi o único dos filhos a servir ao exército, talvez por isso eu e minhas irmãs tenhamos tido uma educação bem mais rígida dele em comparação com da minha mãe, apesar de ser um homem muito bondoso lembro de ter muito medo dele quando criança. Após ser liberado do serviço militar decidi tentar a sorte no estado de São Paulo, mais precisamente na crescente economicamente região do grande ABC, puxaria com ele os pais e todos os irmãos que aos poucos vinham em peso de Minas, seria aí também que conheceria minha mãe e minha história teria os primeiros contornos.

Minha mãe tem parte da família lá pela quarta ou quinta geração para trás também ligada aos espanhóis e um pouco aos portugueses, nasceu na cidade de Jacutinga, também Minas, e tem duas irmãs mais novas, diferentemente do meu pai ela veio pro ABC ainda criança e não tem quase nenhuma lembrança da cidade natal, também trabalhou em diversas firmas para ajudar em casa e foi muito bem educada pelos meus avós, aqui abro um parênteses para dizer que tenho muito do jeito de ser da minha mãe, sou mais parecido com ela tanto fisicamente como na personalidade, mais quieto, tranquilo na relação com as pessoas e às vezes paciente e bonzinho até demais.

Jacutinga
Jacutinga(MG)

Num próximo post darei mais detalhes das vidas dos meus pais no ABC e dos meus primeiros anos de vida. Vamos juntos!

Breve apresentação

 Sou Alexandre Lopes Garcia, nasci e cresci na cidade de São Bernardo do Campo, porém toda minha família de parte de pai e também de mãe vem do estado de Minas Gerais, ou seja, tenho sangue mineiro!

Apesar disso ao realizar o sonho de passar na UFABC e ver tantas pessoas de outras cidades, estados e até países comecei a refletir o quanto tenho identificação com minha cidade natal, deparei-me com a aula de identidade e cultura e de fato entendi o quão importante é relembrar e remontar a própria história e justamente neste ponto do quebra-cabeça percebi que o lugar onde hoje eu estudo e tenho o orgulho de estar, é pra mim super natural, pois, é meu ambiente desde criança, afinal ainda antes da UFABC sequer existir e eu imaginar um dia estar lá, andei por aquelas ruas e avenidas, frequentei praças e shoppings próximos, vi muitos eventos esportivos levado pelo meu pai no ginásio poliesportivo, senti o clima ás vezes muito frio e nebuloso tão estranho para alguns desde sempre . Hoje depois de muito esforço e estudo pra chegar onde queria e iniciar a graduação e vendo tantos colegas de sala longe de suas casas ou tendo que pegar horas de transporte para chegar a instituição me percebo como um privilegiado de estar tão perto do lar e mais que isso compreender a importância da minha cidade para o país, na formação e acolhimento de tantos jovens, além de tudo o mais especial é poder também acolhe-los e aprender sobre suas histórias, experiências e cultura, por isso dei  esse nome ao blog, ao enxergar-me com muito do jeito e costume mineiro de ser, mas ao mesmo tempo ter raízes estruturadas na Berno city. Vamos Juntos!

bandeira sbc
Bandeira de São Bernardo do Campo
Minas Gerais
Bandeira de Minas Gerais